segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Adoração, um ato de relacionamento com Deus

Hoje muito se fala sobre adoração, sobre ser adorador, sobre levitas, sobre consagração, sobre música que podemos ou não tocar e cantar ou mesmo ouvir como cristãos.... e a verdade é que no meio dessa confusão de pensamentos, poucos procuram saber o que a bíblia realmente fala sobre o que é adoração e como ela deve ser

Antes de pensarmos em "adorar à Deus", precisamos entender o que é adoração e o que isso significa de modo prático na nossa vida, especialmente nos nossos dias, onde a visão teológica das músicas e grupos musicais está se tornando cada vez mais homocêntrica.

Na introdução da apostila de Teologia da Adoração, do Seminário Batista do Litoral Paulista, o professor Átila da Silva nos chama a atenção para esse questionamento e entendimento sobre nossa adoração:

"O que poderia desviar a atenção do Senhor Deus Todo Poderoso das miríades de anjos a prestar-LHE adoração e louvor continuamente? O que poderia 'competir' com a perfeição e pureza dessa adoração diante da presença do Criador de tudo no tempo e fora do tempo? Será que o período programático de culto que chamamos de 'louvor' teria essa capacidade? Será que o simples desejo de ver, tocar, falar... que todos os crentes somados cantam poderia retirar o Senhor de todos os muitos afazeres nessa Sua dimenção particular de pureza, completude e total ausência de pecado, tanto em estado como na prática, para fazê-LO vir até nós no período de cânticos?" (pág. 2)

De fato, a palavra de Deus diz que Ele procura por aqueles que adoram em espírito e em verdade (Jo 4:23-24), e Ele se agrada disso. Partindo desse texto, podemos fazer algumas considerações sobre o que é e o que não é uma adoração verdadeira, e quebrar alguns entendimentos equivocados sobre a adoração:

  • A adoração verdadeira não depende de atos exteriores para acontecer. Conforme o que o Dr. Russel Shedd coloca no seu livro "Adoração Bíblica", no texto acima, o termo "em espirito", no grego pneumati (pneuma - πνεῦμα), está no dativo instrumental, ou seja, a adoração é feita pelo espírito (por meio de, através de), e em verdade (alētheia - ἀλήθεια), ou verdadeiramente. Não existe qualquer menção à forma, mas sim ao que está no interior do adorardor. Portanto, não importa qual a música, o estilo, se é uma expressão avivada ou tradicional... o que importa é que o coração e a mente do adorador estejam entregues de forma sincera à sua adoração.
  • A adoração verdadeira não depende de um lugar para acontecer. Em Jo 4:21, Jesus deixa claro que não existe um lugar certo para adorar. Contextualizando para os dias de hoje, não importa se estamos no templo de nossa igreja local, ou varrendo nossa casa, todos os lugares são igualmente "santos" e igualmente adequados
  • A adoração verdadeira não é um ato de religiosidade. O texto de Mc 7:6-7, remetendo à Is 29:13, nos deixa claro que Deus não está interessado no ativismo religioso. Os fariseus cumpriam rigorosamente uma tradição, mas seu coração não estava naquilo que eles faziam, não tinham amor verdadeiro. Não importa se frequentamos todos os cultos ou não, se estamos envolvidos em algum ministério ou não, ou se ocupamos algum cargo eclesiástico ou não. Não é nosso ativismo religioso que agrada à Deus, mas sim um coração contrito e sincero, conforme uma das declarações mais lúcidas do Velho Testamento, feita por Davi no Sl 51:16-17.
O ponto principal é que para prestarmos uma adoração verdadeira é que adoração não está ligado apenas ao que acontece em nosso momento de culto. Adoração não está ligado às músicas que tocamos e cantamos, ao contrário do que muitos pensam, a música é um serviço que prestamos para a igreja, e não para Deus diretamente (falaremos disso mais para frente). Adoração não está ligado ao que "sentimos", ou às manifestações sobrenaturais do Espírito Santo (não que ambas as coisas não possam  acontecer, mas não é isso que mede e muito menos determina nossa adoração).

Adoração é pura e simplesmente o ato de nos relacionarmos, intimamente, com Ele. Deus é relacionamento, e  o seu maior desejo ao criar o homem foi compartilhar esse relacionamento conosco. Adoramos a Deus quando respondemos a Ele, conscientes de quem Ele é, o que Ele fez e de quem nós somos, e respondemos a Ele, de coração grato, sincero e humilde.

Nos próximos posts sobre Teologia da Adoração, pretendendo desenvolver essa ideia seguindo de forma cronológica como foi a revelação divina ao homem de como Deus quer que desenvolvamos esse relacionamento com Ele, baseado no material desenvolvido pelo Esp. Átila da Silva e pelo livro de "Adoração Bíblica", desenvolvido pelo Dr. Russel Shedd.

Espero que esse material abençoe sua vida e seu ministério.


Na graça e na paz de Cristo,

Renan Alencar de Carvalho

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